Alagoas

Procedimento realizado no Hospital da Mulher demorou, em média, uma hora; paciente está em recuperação

Procedimento realizado no Hospital da Mulher demorou, em média, uma hora; paciente está em recuperação

Por Agencia Alagoas 16/03/2020 14h02
Procedimento realizado no Hospital da Mulher demorou, em média, uma hora; paciente está em recuperação
Luziene Pedrosa diz que sofreu por cinco ano com o mioma, até ser encaminhada ao Hospital da Mulher - Foto: Agencia Alagoas

Após conviver, há quase cinco anos, com sintomas e problemas ocasionados por um mioma de quase 6 kg, Luziene Pedrosa de Araújo, de 42 anos, foi atendida no Hospital da Mulher, em Maceió, e, finalmente, conseguiu realizar a cirurgia para sanar o problema. Já recuperada do procedimento cirúrgico, ela diz que enfrentou uma verdadeira peregrinação antes de agendar uma consulta, realizar exames de imagem e ser operada pela equipe do mais novo hospital público de Alagoas.

Luziene Pedrosa de Araújo diz que, antes de conseguir se operar, sofria com as crises que a faziam sentir dores abdominais, a ponto de ela não conseguir nem tocar em sua barriga, tampouco sair da cama. Quando o período menstrual chegava, o sangramento era normal. Contudo, quando as dores aumentavam, ela só tomava analgésicos, sob a forma de comprimidos, para aliviar o desconforto.

A fim de saber o que estava acontecendo, de fato, com o seu corpo, procurou uma médica num posto de saúde próximo de sua casa, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió. Durante o exame físico, a especialista identificou o volume no útero e solicitou uma ultrassonagrafia endovaginal para analisar se realmente era um mioma e qual o tipo. Após alguns dias, já com o exame em mãos, Luziene recebeu a confirmação de que estava com o tumor.

À época, foi passado um tratamento de seis meses com medicamentos, na intenção de o mioma regredir. Como não obteve êxito, as dores continuaram aumentando, assim como o fluxo sanguíneo passou a ser mais abundante quando menstruava. “Durante o tratamento só fiz engordar. E nada mais. Hoje eu peso 48 quilos, mas, quando estava com o mioma, cheguei a ter 53. Foi bem difícil”, lembrou.

Luziene chegou ao Hospital da Mulher, localizado no bairro Poço, através do Complexo Regulador de Maceió (Cora). Na unidade hospitalar, tomou conhecimento de que existia um projeto de realização de cirurgias eletivas. Inicialmente, ela foi atendida pela ginecologista e médica-cirurgiã Sylvya Marques Melo.

A médica solicitou uma ultrassonografia de abdômen total para comparar se o tamanho do mioma era o mesmo dos exames feitos meses atrás por Luziene. “Propomos que ela fizesse uma ultrassonografia e, após o resultado, foi evidenciado que o mioma se apresentava em grande extensão. Foram solicitados os exames pré-operatórios para que a equipe pudesse realizar a histerectomia total via abdominal”, explicou.

Além de Sylvia Marques, a cirurgia foi realizada pelo coordenador da Anestesia do Hospital da Mulher, Valter Ferro; a residente em ginecologia e obstetrícia da Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), Tamyres Teixeira; e a instrumentadora cirúrgica, Jéssica Palmeira. A equipe médica retirou o útero de Luziene, onde encontraram um mioma que pesava 5,6 quilos.

“O procedimento foi um sucesso, pois a equipe é preparada para o atendimento especializado voltado à classe feminina alagoana. O governador Renan Filho e o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, estão, mais uma vez, fazendo história em nossa capital com o Hospital da Mulher. Desde sua inauguração, ele tem contribuído, e muito, para saúde das mulheres, com o acolhimento e os serviços alto padrão de todos os profissionais que atuam aqui”, destacou a médica.

De acordo com Sylvya Marques, o mioma subseroso, como era o caso de Luziene, é o tipo que, conforme vai crescendo, acaba comprimindo as estruturas externas, a exemplo das alças intestinais e bexiga. “É um tumor que não causa tanto sangramento no início da patologia, então ele vai crescendo gradativamente na cavidade abdominal. A paciente procurou vários médicos antes de conhecer o Hospital da Mulher. Mas, ao chegar aqui, o mioma dela estava num volume muito alto. A única alternativa foi a histerectomia total”, frisou.

Ainda de acordo com a ginecologista e médica-cirurgiã do Hospital da Mulher, ao chegar à unidade hospitalar, que é referência estadual no atendimento ao público feminino, Luziene já apresentava, além de dor abdominal moderada, alguns distúrbios gastrointestinais, como constipação intestinal; anemia; diurese constante pela compressão uterina da bexiga; hemorragia com fluxo sanguíneo intenso por dias prolongados e dispareunia, que a dor sentida ao se tentar a relação sexual.

Para Luziene, se o Hospital da Mulher não existisse, o risco de ela morrer seria muito grande. “Eu sempre tive medo de me operar. Mas, ao chegar nesse hospital, fui muito bem-acolhida por todos os profissionais. A equipe médica me deixou tranquila sobre como seria a cirurgia e confiei de olhos fechados. Não tenho palavras pra agradecer”, elogiou, emocionada. “A construção desse hospital chegou na hora certa. Fiquei muito feliz quando soube que tinha dado tudo certo na cirurgia da minha filha”, completou Maria Pedrosa de Araújo, de 63 anos, mãe de Luziene.

Por conta do mioma, Luziene chegou a ter baixa autoestima em virtude dos padrões de beleza que ela via constantemente na tevê e nas redes sociais. “Não gostava de sair na rua, tinha muita vergonha. Não tinha condições de trabalhar. Também não vestia roupa apertada, mesmo estando em casa. Estou bem melhor agora. Me sinto mais vaidosa. Há cinco anos eu não vou à praia pelo medo de mostrar minha barriga. Assim que eu estiver 100% recuperada, é um dos locais que eu quero voltar a ir com minha mãe”, contou, esboçando um sorriso de canto a canto em seu rosto. Após sete dias da cirurgia, Luziene retirou os pontos e ainda continua tendo o acompanhamento pós-cirúrgico com a equipe multiprofissional do hospital.