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TikTok é acusado de censurar vídeos de usuários 'feios e pobres'

Estas instruções foram encontradas em documentos internos aos quais o The Intercept teve acesso.

Por Tecmundo 16/03/2020 17h05
TikTok é acusado de censurar vídeos de usuários 'feios e pobres'
TikTok - Foto: Reprodução

O TikTok orientou seus moderadores a censurar vídeos nos quais aparecessem pessoas consideradas “feias”, que mostrassem casas “pobres” e até usuários com algum tipo de deficiência. Estas instruções foram encontradas em documentos internos aos quais o The Intercept teve acesso.

Segundo o veículo, as normas instruíam os funcionários do app a observar, nos vídeos, se as pessoas apresentavam algum tipo de “forma corporal anormal”, como aparência facial feia e muitas rugas no rosto ou ainda sorrisos tortos. Outras partes do corpo também eram observadas, pois nos documentos há menção a barrar pessoas com barriga de cerveja.

Havia ainda orientações para que fosse observado o ambiente de gravação, para detectar paredes descascadas e decorações de mau gosto ou muito antigas, por exemplo. A presença dessas características era o suficiente para que os tiktokkers ficassem de fora da indicação algorítmica, perdendo audiência.

As regras de moderação que até bem pouco tempo eram seguidas pelo aplicativo chinês também continham orientações para censurar qualquer tipo de discurso político feito nas transmissões ao vivo, além de comentários sobre órgãos estatais como a polícia e as forças armadas, indicando o banimento das pessoas que insistissem em não seguir tais regras.

O que dizem os responsáveis pelo app

Ao The Intercept, um porta-voz da ByteDance, empresa proprietária do app de vídeos curtos com mais de 800 milhões de usuários em todo o mundo, disse que a maior parte das diretrizes obtidas pelo veículo não estão mais em uso ou, em alguns casos, nunca foram utilizadas, além de afirmar que elas foram criadas com o objetivo de combater o bullying online.

Ele disse ainda que as normas não eram válidas em todo o planeta, tendo foco apenas regional, na China, mas as fontes ouvidas pela publicação relataram que todas as decisões sobre a promoção global de conteúdos sempre passa pelo escritório chinês.