Saúde

Médicos alertam que relaxar isolamento pode provocar aumento exponencial da Covid-19

Sem isolamento de 70% da população, sistema de saúde colapsará em Alagoas, afirma oncologista Marcos Davi

Por Agencia Alagoas 15/04/2020 16h04
Médicos alertam que relaxar isolamento pode provocar aumento exponencial da Covid-19
Os casos de coronavírus pararam de crescer intensamente na África do Sul nas últimas semanas - Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O presidente da Sociedade de Medicina de Alagoas, Fernando Gomes, e o oncologista Marcos Davi alertam que se a população negligenciar o isolamento social em Alagoas, o número de casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, vai crescer exponencialmente e provocar o colapso do sistema hospitalar. Para os médicos, o distanciamento permanece como a única e a mais eficaz estratégia para barrar o avanço da doença.

“Se houver relaxamento para menos de 70% da população, teremos colapso no sistema de saúde rapidamente, uma terrível calamidade pública”, alertou o médico Marcos Davi.

Com 72 casos confirmados da doença, 281 em investigação e quatro óbitos até a tarde desta quarta-feira (15), Alagoas precisa manter um isolamento social rigoroso, acima de 70% da população, aponta o médico. Para Marcos Davi, não existe margem, neste momento, para o relaxamento. “O isolamento social rigoroso é, não só a melhor, como a única estratégia coletiva que existe”, ressalta.

O presidente da Sociedade de Medicina de Alagoas, Fernando Gomes, recorda que o distanciamento social diminui a possibilidade do aumento do contágio. Ele acredita que, com as informações epidemiológicas disponíveis atualmente, ainda não há segurança para a saída do isolamento. “Se isso acontecer, poderemos, nessas próximas duas semanas, observar o aumento exponencial (dos casos)”, alertou Fernando Gomes.

O médico Marcos Davi vai além. Ele afirma que o Governo do Estado deve se manter totalmente alinhado às políticas públicas preconizadas pelas autoridades sanitárias mundiais, sobretudo pela OMS (Organização Mundial da Saúde), mesmo que o Ministério da Saúde mude de posição meramente por questões políticas.