Política

Renan Filho assina carta de apoio a Maia e Alcolumbre contra Bolsonaro

Mandatários estaduais dizem que presidente afronta princípios democráticos

Por 7Segundos 20/04/2020 09h09
Renan Filho assina carta de apoio a Maia e Alcolumbre contra Bolsonaro
Governador Renan Filho (MDB) - Foto: Reprodução

Renan Filho (MDB) está entre os 20 governadores que assinaram uma carta de apoio ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diante das declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Intitulado “carta aberta à sociedade brasileira em defesa da democracia”, o texto do Fórum Nacional de Governadores diz que a postura de Bolsonaro é uma “afronta” aos “princípios democráticos” e que “a saúde e a vida do provo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise”.

“Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo”, diz trecho da carta.

No texto, os governadores afirmam que Maia e Alcolumbre têm dedicado especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios brasileiros durante a pandemia do coronavírus. Por outro lado, a postura de Bolsonaro tem sido a de criticar as medidas de isolamento social. “Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo”, dizem.

Além de Renan Filho, assinam a carta os governadores Waldez Góes (Amapá), Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Renato Casagrande (Espírito Santo), Ronaldo Caiado (Goiás), Flávio Dino (Maranhão), Mauro Mendes (Mato Grosso), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), Helder Barbalho (Pará), João Azevêdo (Paraíba), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí), Wilson Witzel (Rio de Janeiro), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Carlos Moisés (Santa Catarina), João Doria (São Paulo), Belivaldo Chagas (Sergipe) e Mauro Carlesse (Tocantins).

Veja abaixo a íntegra da carta:

Carta aberta à sociedade brasileira em defesa da democracia

O Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diante das declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a postura dos dois líderes do parlamento brasileiro, afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação.

Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo.

Nossa ação nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.

Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos.

Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades. A saúde e a vida do provo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise.