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Guilherme Palmeira, ex-governador de Alagoas, morre aos 81 anos

Pai do prefeito de Maceió, Rui Palmeira, era ministro aposentado do TCU

Por 7Segundos 04/05/2020 10h10
Guilherme Palmeira, ex-governador de Alagoas, morre aos 81 anos
Guilherme Palmeira, ex-governador de Alagoas, morre aos 81 anos - Foto: Assessoria

O ex-governador de Alagoas, Guilherme Palmeira, morreu aos 81 anos nesta segunda-feira (04). Informações sobre a causa da morte e sepultamento ainda não foram divulgadas.

Guilherme Gracindo Soares Palmeira, pai do prefeito de Maceió, Rui Palmeira, era advogado e foi governador de Alagoas entre 1979 e 1982.

Também foi deputado estadual, senador e ocupou Secretaria de Indústria e Comércio no primeiro governo de Divaldo Suruagy. Ele era ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU).

Biografia 

O ministro Guilherme Gracindo Soares Palmeira nasceu no dia 25 de dezembro de 1938, na capital do estado de Maceió, Alagoas, filho de Rui Soares Palmeira e Maria Gaby Gracindo Soares Palmeira. Seguindo os passos do pai, construiu uma profícua carreira política, chegando a ser governador de sua terra natal e, anos depois, integrando o quadro de ministros do Tribunal de Contas da União (TCU).

Guilherme Palmeira iniciou seus estudos no Colégio Diocesano e na Escola Lurdes Vieira. No primário, estudou no tradicional Colégio Batista de Alagoas. Após se formar no primário, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde concluiu o secundário no Colégio Mallet Soares. Em 1963, Guilherme Palmeira formou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na área jurídica se especializou em Direito Internacional Público e Privado, Constituições Brasileiras e Processo Penal. Vindo de uma família tradicional na política no estado de Alagoas, não tardou para que Guilherme Palmeira enveredasse pelo campo político.

Em 1966 elegeu-se deputado estadual pelo partido da Aliança Renovadora Nacional (Arena) e conseguiu se reeleger por mais dois mandatos, permanecendo nesse cargo até 1978. No ano seguinte, ganhou as eleições estaduais, chegando ao posto de governador de Alagoas pelo Partido da Frente Liberal (PFL), vencendo Geraldo Bulhões, sendo considerado um dos melhores estadistas que já governaram o estado. Na assembleia legislativa desempenhou as seguintes funções: presidente da Comissão de Justiça, membro da Comissão de Redação Interparlamentar para o Estudo da Problemática Açucareira; presidente e primeiro-secretário da Assembleia (1975 a 1976) e secretario de estado da Indústria e Comércio de Alagoas.

De 1983 a 1991, Guilherme Palmeira atuou como senador, cargo que também foi exercido por seu pai entre os anos de 1954 a 1962. Durante os nove anos que desempenhou essa função aprovou inúmeros projetos. Em seu primeiro mandato participou como membro titular da Comissão de Constituição e Justiça, membro titular da Comissão de Finanças e membro titular da Comissão do Distrito Federal. No seu segundo mandato como senador foi membro titular da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, membro titular da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, membro suplente da Comissão de Assuntos Sociais e membro suplente da Comissão de Infraestrutura. Entre 1985 e 1986 chegou a posto de primeiro vice-presidente do senado.

Desligou-se do Partido Democrático Social em 1985 e foi um dos fundadores do Partido PFL, que surgiu no contexto e redemocratização do Brasil após a ditadura militar, no qual foi vice-presidente e presidente nacional no ano de 1986.

Em 1994 integrou a chapa para a presidência da República de Fernando Henrique Cardoso, na qual seria candidato a vice-presidente pela coligação entre PMDB, PFL e PTB. No mês seguinte, renunciou ao cargo, que foi ocupado por Marcos Maciel. Nessa eleição, Fernando Henrique Cardoso saiu vitorioso, derrotando Luis Inácio Lula da Silva.

Guilherme Palmeira tomou posse como ministro do TCU em 4 de agosto de 1999, nomeado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, decorrente da vaga deixada pelo ministro Homero dos Santos. O ministro presidiu a Corte de Contas no período de setembro a dezembro de 2006 e no ano seguinte atuou como vice-presidente.

Aposentou-se como ministro do TCU de forma compulsória, no dia 13 de outubro de 2008.

Guilherme Palmeira mostrou-se também um homem com uma ampla base cultural e possui várias publicações nas mais variadas áreas, como literatura, economia e política. O ministro também recebeu várias condecorações graças a sua trajetória e o importante trabalho que desenvolveu ao longo dos anos.

Casou-se com Susana Bandeira Soares Palmeira, com quem teve dois filhos, Rui e Solange.

*Com informações do Museu do Tribunal de Contas da União