Política

Marx chama Bolsonaro de temperamental e sugere eleições unificadas em 2022

Deputado alagoano diz que dinheiro economizado no processo eleitoral deve ser investido na saúde

Por Berg Morais 26/05/2020 07h07
Marx chama Bolsonaro de temperamental e sugere eleições unificadas em 2022
Deputado Federal Marx Beltrão - Foto: Reprodução/Internet

O enfrentamento ao novo coronavírus e a crise político-econômica que o Brasil tem vivenciado, foram alguns dos assuntos discutidos pelo deputado federal Marx Beltrão (PSD) em entrevista ao programa “Na Mira da Notícia”, na noite desta segunda-feira (25), na rádio 96 FM de Maceió. Ao radialista Ângelo Farias, o parlamentar alagoano falou do convívio que teve com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara Federal e o chamou de “temperamental”.

Há mais de uma semana diagnosticado com a Covid-19, Beltrão comentou sobre o choque que recebeu quando testou positivo para a doença, e revelou que seguiu tratamento médico sem o uso da Hidroxicloroquina.

“O vírus colocou o mundo de joelhos, mas segui as recomendações médicas e tenho seguido em isolamento domicilar. Ivermectina e azitromicina, além de injeção de Clexane, foram os medicamentos usados”, revelou o deputado, alertando que a prescrição dos medicamentos deve ser feita por rigoroso acompanhamento médico e que todos os gestores de saúde devem tê-los em estoque. 

CRISE NO GOVERNO FEDERAL

Relembrado dos últimos acontecimentos que acabaram expondo a falta de habilidade política por parte do presidente da República, Beltrão foi questionado se Bolsonaro estaria perdido na gestão. “Ele é muito temperamental! Para ter um chefe temperamental tem que ter muita paciência. Ele fala aquilo que pensa. No entanto, ele não é meu chefe, não trabalho para ele e não aceitaria que viesse me dar grito. Eu responderia a altura!”, garantiu o ex-ministro do Turismo do governo Michel Temer (MDB). 

Marx Beltrão fez questão de destacar que não caracteriza a postura de Bolsonaro como certa ou errada, mas enfatizou que os eleitores já o conheciam na hora do voto. “É o jeito dele. Quem votou, o fez sabendo que ele é assim. A postura dele gera muita polêmica. Atuamos juntos na legislatura passada e ele sempre foi assim”, disse. 

IMPEACHMEMNT 

Sobre o vídeo da reunião ministerial divulgado pelo STF e os pedidos de Impeachment que podem ser apreciados no Congresso Nacional, Marx entende que o processo deixaria o país ainda mais fragilizado. 

“Não vi nada. Não acredito que algum crime tenha sido cometido. Se algum ministro deu alguma declaração grave, que cada um pague pelo seu ato. Mas o impeachment faz o Brasil parar, ficar estagnado. Já vimos isso recentemente. É ruim para o país, para economia e para todos nós”, opinou o parlamentar, acrescentando que o momento é de unir forças para ajudar o Brasil a crescer. 

REABERTURA DO COMÉRCIO

O parlamentar defende a reabertura imediata do comércio para a retomada da economia. “O Brasil precisa encontrar a cura do coronavírus e voltar a desenvolver suas atividades econômicas. Tem muita gente passando fome. O comércio precisa ser aberto, desde que cumpra as medidas sanitárias estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para ele, não há diferença entre lojas que oferecem serviços essenciais como supermercados e farmácias, para as que vendem roupas e calçados, por exemplo. 

ELEIÇÕES UNIFICADAS EM 2022

Já quando o assunto levantado foi o adiamento do processo eleitoral deste ano, Beltrão defende a unificação das eleições e destacou os custos para a realização do pleito. 

“Desde que assumi meu mandato que defendo eleições unificadas. É um custo muito alto. São cerca de R$6 bilhões para o fundo eleitoral e mais R$3 bilhões para o financiamento público de campanha. Não existe momento melhor para cancelar essas eleições para 2022. Realizar esse ano só vai atrapalhar a luta contra o coronavírus e a economia”, concluiu afirmando que votará a favor de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para o cancelamento das eleições e o investimento dos recursos poupados para a área da saúde.