Polícia

Empresas investigadas por fraude de respiradores para AL não têm registro na Anvisa

Alagoas foi um dos oito estados do Nordeste atingindo pelo esquema fraudulento

Por 7Segundos com G1 BA 02/06/2020 15h03
Empresas investigadas por fraude de respiradores para AL não têm registro na Anvisa
Fabricacao de respiradores - Foto: Reprodução

Na manhã desta terça-feira (2), a Anvisa informou que as empresas investigadas por fraude no fornecimento de respiradores para estados do nordeste, incluindo Alagoas, não têm registro do órgão. 

São investigadas a Hempcare, que fez as negociações da venda, e a Biogeoenergy, que foi inserida ao longo do processo de negociação, além de ser a suposta fabricante de respiradores. 

Em nota, divulgada à impensa, a Biogeoenergy relatou que não havia respiradores prontos para comercialização já que a certificação da Anvisa ainda não havia saído. A empresa salientou também que o equipamento passou por testes que garantiram a qualidade do respirador e que aguardava trâmites burocráticos do órgão federal. 

A Hempcare foi procurada e informou que o registro seria feito apenas por parte da Biogeoenergy, já que ela é a fabricante dos respiradores. 

No entanto,  a Anvisa destacou que não havia sido localizado o protocolo de submissão para solicitação de registro de ventiladores pulmonares por parte das empresas Hempcare ou Biogeoenergy, sendo assim, de acordo com  a Anvisa, não há nenhum pedido em análise ou qualquer tipo de trâmite.

Esse protocolo, conforme explica o órgão, é um dos primeiros passos para a certificação de um produto. 

A empresa Hempcare fez uma negociação da venda de 300 respiradores ao Consórcio Nordeste, que representa os estados da região.

Foram adquiridos 60 respiradores para a Bahia e 30 para cada um dos outros oito estados, incluindo Alagoas. Ao todo, a compra custou R$ 48,7 milhões ao Consórcio. 

Os respiradores deveriam ser entregues nos dias 18 e 23 de abril, primeiro e segundo lote respectivamente. Houve atraso da entrega, e a empresa alegou que os respiradores comprados na China estavam quebrados. 

Diante do cenário, o Consórcio estipulou 15 de maio como data limite. De acordo com as investigações, as vésperas do vencimento da entrega, a empresa informou que não teria como entregar os equipamentos e ofereceu a entrega de respiradores fabricados no Brasil por outra empresa, uma parceira, a Biogeoenergy. 

O Consórcio, aponta a investigação, não aceitou o acordo e solicitou a devolução do dinheiro. No entanto, a quantia não foi devolvida.

Diante dos fatos, a Justiça, então, foi acionada pelo Consórcio que determinou o bloqueio dos bens da empresa Hempcare, conforme publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), da Bahia, na última sexta-feira (29).

Nessa segunda-feira (01), foi realizada a operação que cumpriu 15 mandados de busca em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara (SP), além de três prisões. 

A dona da Hempcare, Cristiana Prestes, e o sócio dela, Luiz Henrique Ramos, foram presos em Brasília. Já o empresário Paulo de Tarso, também investigado na fraude foi preso no Rio de Janeiro. Ainda na segunda-feira, quando ocorreram as prisões, eles foram encaminhados para Salvador, onde serão ouvidos. 

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