Alagoas

Violência Policial: vinte casos são denunciados em AL no ano passado

Números foram apresentados pelo Governo Federal e referentes ao Disque 100

Por Marcos Filipe Sousa 26/06/2020 15h03
Violência Policial: vinte casos são denunciados em AL no ano passado
Caso de irmãos assassinado no Village Campestre ficou como exemplo em AL - Foto: Reprodução

A violência policial está sendo um dos temas mais debatidos nas últimas semanas devido à morte do americano George Floyd, além de outros casos recentes no Brasil. Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) apresentaram nesta sexta-feira (26) os casos denunciados em todo o país no ano de 2019.

Em Alagoas através do Disque 100, número para denúncias de violência contra populações mais vulneráveis, foram registrados 20 casos envolvendo policiais em 2019, no ano anterior o número foi o mesmo em 2017 foi de 16.

A prática é uma das várias formas de má conduta policial, que pode incluir prisão falsa, intimidação, discriminação, repressão, abuso de vigilância, abuso sexual ou corrupção.

Outro dado indica a maioria das vítimas de violência policial são homens adultos entre 25 e 40 anos de idade. As vítimas se declararam pardas em mais de 50% dos casos.

Já o perfil dos suspeitos mostra que mais de 90% são homens com idades entre 20 a 40 anos.

Um dos casos que marcou a sociedade alagoana foi a morte dos irmãos Josenildo Ferreira, 16 anos, e Josivaldo Ferreira, 18, ambos com necessidades especiais, e do pedreiro Reinaldo da Silva que completou quatro anos no mês de março.

O julgamento do caso em 1ª instância ainda aguarda o julgamento de um recurso contra o pronunciamento do réu, o cabo da Polícia Militar Johnerson Simões Marcelino, no Tribunal de Justiça.

Johnerson comandava uma guarnição do 5º Batalhão da Polícia Militar que fazia rondas no bairro do Village Campestre, após a morte de um policial civil, que teria sido reconhecido por um grupo de criminosos.

Durante a patrulha, os dois jovens foram mortos e armas teriam sido colocadas na cena do crime para confirmar a versão de que os jovens teriam reagido a abordagem da polícia.

O problema é que, de acordo com a família dos jovens, eles eram pessoas com deficiência mental e se tratavam numa associação em Maceió.