Brasil

ONU critica negacionismo do Brasil durante pandemia de Covid-19

Negacionismo do governo brasileiro pode ampliar ainda mais a crise sanitária

Por Ansa 30/06/2020 15h03
ONU critica negacionismo do Brasil durante pandemia de Covid-19
negacionismo do governo brasileiro pode ampliar ainda mais a crise sanitária - Foto: Reprodução

A alta comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou nesta terça-feira (30) que o negacionismo de países como o Brasil durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) pode ampliar ainda mais a crise sanitária.

Ao falar sobre bons exemplos na gestão da pandemia, como no caso da Coreia do Sul, durante a 44ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, a chilena ressaltou preocupação com aquelas nações em que a situação é contrária, como "em Belarus, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e Estados Unidos".

"Eu estou preocupada com as declarações que negam a realidade do contágio viral, e a crescente polarização em problemas-chave pode intensificar severamente a pandemia, minando os esforços para o controle da curva de contaminação", disse a alta comissária aos presentes.

Nesses países, os presidentes ou chefes de governo vem minimizando a doença e focando apenas nas crises econômicas causadas pelo vírus. No caso de EUA e Brasil, a situação é ainda mais grave, já que as nações comandadas por Donald Trump e Jair Bolsonaro são as que mais registram casos da Covid-19 e mortes pela doença.

Bachelet ainda alertou para além da crise sanitária, reafirmando o que falou semanas atrás, de que em alguns países, a pandemia foi usada para aplicar "severas restrições da liberdade de expressão", como nos casos da China, Rússia, Nicarágua e Kosovo.

Segundo dados do Centro Universitário Johns Hopkins, o mundo já contabiliza mais de 10,3 milhões de contaminações por Covid-19 e 506.827 óbitos.

Os EUA ultrapassaram a barreira das 2,6 milhões de infecções, seguidos pelo Brasil (1,3 milhão) e Rússia (646.929). Nos óbitos, os norte-americanos registram 126.360, seguidos pelo Brasil (58.314) e Reino Unido (43.815). (ANSA)