Estudo sugere teste em massa na capital antes de flexibilização
Maceió estaria com mais de 85 mil casos que não foram oficialmente notificados
Um estudo mundial está sendo realizado em Alagoas pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) que sugere teste em massa na população antes da flexibilização medidas de enfrentamento da Covid-19, principalmente na capital.
Foram realizadas três etapas e última ocorreu entre os dias 21 e 24 de junho e coletou mais 250 testes e entrevistas em Maceió e 250 em Arapiraca.
Os dados apontam que a diferença entre o número de pessoas infectadas é seis vezes maior do o número de casos notificados. Da mesma forma, a taxa de mortalidade do estudo está próxima de 1%. O valor é 75% menor do que a notificação oficial, que chega a mais de 4%.
Os números oficiais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) notificaram neste início de semana na capital, 16.755 casos confirmados no total. Com o estudo da UFAL, o número real estaria em mais de 100 mil pessoas.
“Acredito que seja o momento de uma testagem em massa, para que se tenham dados que retratem ainda mais a transmissão e como isso funciona entre os bairros, especialmente na capital. As medidas nos fazem refletir mais sobre a dinâmica da pandemia, visto o crescimento contínuo dos casos”, disse a professora do curso de Enfermagem, Karol Fireman.
É o mesmo pensamento compartilhado pela infectologista do Hospital Universitário, Raquel Guimarães, que vê com preocupação os números de Alagoas. “Devemos investir no rastreamento precoce dos casos, manutenção da quarentena em suspeitos e uso maciço de máscaras por toda a população. Pois o tempo de replicação viral é muito mais veloz do que o impacto das medidas que possamos tomar.
Eles apontam que nesse cenário, em que a taxa de transmissão parece ter melhorado na capital, é necessário incluir o controle de carros e ônibus do interior para a capital, funcionando como barreira sanitária.