Saúde

'Em janeiro, a gente começa a vacinar todo mundo', diz Pazuello

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse, no entanto, que a vacina não deve ser para toda a população

Por Folha de S.Paulo 08/09/2020 16h04
'Em janeiro, a gente começa a vacinar todo mundo', diz Pazuello
Vacina contra a Covid-19 - Foto: © REUTERS/Dado Ruvic/Direitos Reservados

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello​, afirmou nesta terça-feira (8) que o país dará início em janeiro à vacinação da população contra o novo coronavírus.

Em reunião ministerial, o ministro disse que as primeiras doses devem chegar a partir do início do próximo ano e que o plano é já imunizar "todo mundo".

"A gente está fazendo os contratos com quem fabrica a vacina e a previsão é de que essa vacina chegue para nós a partir de janeiro. Em janeiro do ano que vem, a gente começa a vacinar todo mundo", disse.

A pasta prevê que, inicialmente, chegarão ao país 100,4 milhões de doses da vacina, produzida em parceria com a Fiocruz. A estimativa é de que a segunda dose seja disponibilizada no segundo semestre do próximo ano.

Na semana passada, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco,​ disse, no entanto, que a vacina não deve ser para toda a população. "Dentro dos dados da epidemiologia, não há previsão de vacinar 100% da população. Isso não é o normal, mas sim os grupos de risco", disse.

Pazuello fez a afirmação ao ser indagado pela blogueira Esther Castilho, uma menina de 10 anos que foi convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para participar da reunião ministerial.

A pedido de Bolsonaro, ela fez uma série de perguntas aos auxiliares presentes, muitas delas formuladas pelo próprio presidente e repetidas pela menina.

A blogueira questionou o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por exemplo, quando serão retomadas as aulas presenciais no país.

"As aulas devem voltar em breve, assim que tiver mais segurança. E isso depende de cada governo estadual"​, respondeu o ministro.

Sob risos do presidente, ela perguntou ainda ao vice-presidente Hamilton Mourão se ele deseja se tornar um dia presidente do país. "Em hipótese alguma", disse o general da reserva.

Em tom de brincadeira, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, respondeu, ao ser questionado se o país está protegido de ameaças externas, que pretende tornar o serviço militar obrigatório para as mulheres.

​A menina tem um programa no YouTube e já entrevistou pelo menos quatro vezes o presidente. No ano passado, ela foi convidada por Bolsonaro para a sua cerimônia de posse.

No início da entrevista, compartilhada pelo presidente em suas redes sociais, Bolsonaro disse que gostaria que as repórteres do país fossem como a menina.

Ao longo de seu mandato, o presidente se notabilizou por adotar uma postura agressiva com a imprensa, sobretudo quando é questionado sobre irregularidades ou polêmicas de seu governo.