Cidadania

Luta da Pessoa com Deficiência: “pandemia agravou dificuldades”

Para ativista, capacitismo nunca foi tão debatido como atualmente

Por 7Segundos 22/09/2020 12h12 - Atualizado em 22/09/2020 19h07
Luta da Pessoa com Deficiência: “pandemia agravou dificuldades”
Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência foi celebrado nessa segunda-feira (21) - Foto: Jupiterimages/VEJA

O Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência foi celebrado nessa segunda-feira (21) e completou cinco anos desde que virou lei. Para a psicóloga alagoana e ativista pela inclusão da pessoa com deficiência, Telma Albino, o capacitismo — opressão e descriminação contra a pessoa com deficiência — nunca foi tão debatido.

Para ela, uma das ferramentas que está dando visibilidade ao assunto são as redes sociais. Um dos exemplos é a youtuber Mariana Torquato, do Vai Uma Mãozinha Aí, maior canal sobre deficiência do Brasil, com mais de 160 mil inscritos. A rede social Tik Tok, apesar de receber reclamações por ser pouco inclusiva, também tem gerado debate sobre o assunto.

“Antigamente, não se tinha visibilidade. A pessoa com deficiência era vista como incapaz. Isso tem mudado e é muito bom. Até no esporte isso tem mudado. Pessoas com deficiência com destaque impulsionam os demais, elas começam a ser vistas como pessoas que realizam. Até a própria família, que antes superprotegia, incentiva mais”, afirma.

Apesar dos avanços, a pandemia de Covid-19 agravou as dificuldades para população em todo o país. “Algumas pessoas com deficiência também se enquadram no grupo de risco. Além disso, tem o medo da contaminação, alguns precisam do tato para tudo [cegos e pessoas com baixa visão], justamente uma das formas de se contaminar. Em todo Brasil, observa-se um despreparo nas unidades de saúde para recebê-las e pessoas contaminadas não podem levar acompanhantes”.

Telma Albino também explica que a pandemia foi prejudicial no acompanhamento médico de algumas pessoas com deficiência, principalmente crianças. “Algumas pessoas com deficiência precisam de fisioterapia e outros acompanhamentos. Paradas essas pessoas podem não se desenvolver, atrofiar. Tem o lado psicológico que as instituições também oferecem. Algumas crianças tiveram um atraso cognitivo”.

Para a ativista, muita coisa mudou, mas ainda é pouco. “Falta muito em mobilidade e tecnologia assistiva. Mas as pessoas com deficiência, e as instituições foram para ruas e, hoje, existem muitas leis. As famílias também precisam conhecer e se apropriar mais da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência”.