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“Sobrevivi por milagre”, diz cantor, após acidente aéreo e 24 dias em mata

O cantor sertanejo Matheus Soliman estava desaparecido desde o dia 4 de outubro, quando realizou um voo entre o Maranhão e Roraima

Por Metrópoles 30/10/2020 09h09
“Sobrevivi por milagre”, diz cantor, após acidente aéreo e 24 dias em mata
“Sobrevivi por milagre”, diz cantor, após acidente aéreo e 24 dias em mata - Foto: Reprodução

Após ser encontrado com vida na quarta-feira (28/10), depois da queda de avião e 24 dias desaparecido, o cantor sertanejo Matheus Soliman, de 22 anos, contou que passou por várias dificuldades nesse período.

“Foram 24 dias sofridos demais, não tem nem como explicar tudo o que passamos. Foram 24 dias sem comer nada. A gente até procurava, mas não achou nenhuma fruta na mata. Sobrevivemos só com a água de poças e da chuva”, afirmou Matheus.

Segundo informações do Uol, familiares e amigos afirmam que o jovem passou três semanas perdido em uma área de mata. Só na quarta-feira (28/10), Matheus conseguiu chegar até uma fazenda e pedir ajuda.

Ele explicou que sonha em ser piloto de avião e foi até São Luís (MA) acompanhado do amigo Fábio de Souza para um curso de pilotagem. Após uma semana de aulas, ele e Fábio foram realizar um voo entre a capital maranhense e Machadinho do Oeste (RO).

Porém, a cerca de 400 km do destino, o avião teve uma pane.

“Eu sou piloto em formação, conheço bem avião e, como estava me saindo bem nas aulas, eles pediram para fazer uma viagem-teste. Tanto é que consegui lidar com a pane e fiz um pouso forçado. Assim que conseguimos sair da aeronave, ela pegou fogo. Eu e meu companheiro estarmos vivos é um milagre”, explicou o cantor.

Segundo Matheus, os dois rapazes conseguiram tirar apenas uma mochila com garrafas de água de dentro do avião. Depois do pouso forçado, eles começaram a andar pela mata fechada em busca de ajuda.

“Nos primeiros dias, a gente encontrou um rio. Caminhou às suas margens, mas uns sete dias depois, a gente entrou na mata e nos perdemos. Aí acabamos ficando sem água”, lembra.

E conta que, quando chovia, eles usavam folhas como recipiente para conseguir pegar a água da chuva e beber. “Outros dias, encontramos poças de água da chuva e tomamos daquela água mesmo. Tentávamos fazer um filtro com a camiseta para beber essa água, para não vir a terra e a sujeira para a garganta”, disse.

Como estavam andando por mata fechada e não sabiam exatamente o local em que desceram, o cantor e o amigo não sabem quantos quilômetros andaram até encontrar a fazenda. Matheus estima que tenha sido aproximadamente 50km.

“Na mata fechada, você não tem noção de localização e por muitos dias acabamos andando em círculo e nos perdendo muitas vezes. Manter o psicológico era o mais difícil. Muitas vezes pensamos em desistir, chegamos a pensar em suicídio, mas um ia dando forças para o outro e ajudava acalmar a situação”, completou.