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Candidato ligado à milícia usa foto de campanha com Flávio Bolsonaro

O PM reformado teve o celular apreendido por ordem da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do RJ, que lida com o crime organizado

Por Extra 09/11/2020 10h10 - Atualizado em 09/11/2020 11h11
Candidato ligado à milícia usa foto de campanha com Flávio Bolsonaro
Investigado por ligação com milícia, candidato a prefeito de Magé usa foto com Flávio Bolsonaro em perfil nas redes - Foto: Reprodução

O candidato à Prefeitura de Magé André Antonio Lopes do Nascimento (PSD), o Sargento Lopes, alvo de busca e apreensão, nesta segunda-feira, em ação da Polícia Civil contra a milícia na Baixada Fluminense, se apresenta em seu página do Twitter como "defensor da Ética e da Moral na gestão dos recursos Públicos" e usa como perfil uma foto abraçado ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos). O PM reformado teve o celular apreendido por ordem da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do RJ, que lida com o crime organizado.

A maioria das publicações de Lopes na rede social elogiava a atuação da PM em operações, o governo de Wilson Witzel e outros integrantes da família Bolsonaro, como Carlos e Eduardo. Em uma delas, o sargento reformado afirmou: "Wilson Witzel nosso Governador irá nos ajudar, temos fé, a nos livrar das garras da máfia dos ônibus".

Nos posts, o policial militar também se diz amigo do ex-secretário estadual de Educação Pedro Fernandes preso em setembro acusado de receber propina na área social da prefeitura do Rio e do governo do estado entre 2013 e 2018. "Com toda certeza a SEEDUC está em boas mãos. Como membro da #EquipeWitzel, o querido amigo @PedroPeloRio trará excelencia na gestão educacional do Estado, tão alvejada pela quadrilha, cujo os líderes estão Presos! Parabéns Sec Pedro Fernandes e ao Gov @wilsonwitzel - TMJ!!!!!".

Ao todo, 16 pessoas foram denunciadas e 10 mandados de prisão e 64 de busca e apreensão foram expedidos. Segundo a denúncia, a milícia que atuava em no bairro de Suruí, em Magé, atuava de forma "setorizada, instalando verdadeiro regime de terror em alguns bairros do município". De acordo com as investigações, integrantes deste grupo são autores homicídios e casos de tortura na região, com a suposta intenção de "manter a ordem e impor seu domínio territorial".