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Mulher vítima de violência doméstica assume o cargo do marido agressor

Valéria venceu na justiça um processo contra seu agressor e ainda foi convidada a ocupar o cargo que era dele

Por Razões para Acreditar 20/11/2020 10h10
Mulher vítima de violência doméstica assume o cargo do marido agressor
Mulher vítima de violência doméstica assume o cargo do marido agressor, na Argentina - Foto: Reprodução

Durante muitos anos, Valéria Juárez sofreu abuso do ex-marido. Essa mulher ficou com muitos traumas físicos e psicológicos, mas conseguiu dar a volta por cima.

Valéria venceu na justiça um processo contra seu agressor e ainda foi convidada a ocupar o cargo que era dele, em um órgão público, na Argentina.

Primeiras agressões

O primeiro episódio de agressão aconteceu em um supermercado, quando Valéria estava grávida. Ela demorou mais de uma hora para fazer as compras e o marido se irritou bastante.

Nesse dia, o ex-marido de Valéria apenas cometeu agressão verbal, mas logo veio a violência física.

O homem também cometia diversas violências psicológicas, como a restringir acesso dentro da própria casa.

“Sinceramente o que a gente vivencia é indescritível, você não sente nada, com autoestima no chão, por isso é importante esse tipo de portaria, que dá ferramentas para seguir, que dá direitos, que nos empodera, porque sempre tratam de total a impunidade e grande parte da polícia ou dos juízes não nos tornam visíveis, até que morramos”, diz Valéria.

Ela entrou com diversos processos contra o ex-marido
Valéria contou com o apoio da Corrente de Classe Combativa (CCC) da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) para iniciar uma luta jurídica contra o ex-marido.

Ela o processou por assédio e ainda pediu um teste de DNA da última filha. Mesmo tendo resultado positivo, o homem ainda não aceitou assumir a criança.

O resultado do processo de Valéria foi mais que favorável para ela. Além de ser indenizada por todos os abusos que sofreu, o cargo público do ex-marido ainda foi colocado à sua disposição. Essa foi uma decisão história e única no país.

“Eu ainda tenho dificuldade em acreditar no que estou experimentando. Ter um emprego e ele estar na prisão é um contexto inimaginável para mim, depois da provação que me fez viver e da qual pensei que nunca mais sairia”, comentou Valéria

Foi avanço importante para a Argentina e para todo o mundo! Que haja mais justiça em casos de violência doméstica, como a de Valéria e tantas outras mulheres que sofrem.