Brasil

Bolsonaro demite ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio

Ministro ficou no cargo por pouco mais de 1 ano e 11 meses. Em 2019, Ministério Público denunciou Álvaro Antônio por candidaturas-laranja

Por Estadão Conteúdo 09/12/2020 16h04
Bolsonaro demite ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio
Bolsonaro e Ministro do Turismo - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demitiu nesta quarta-feira (9/12) o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Quem deve assumir o cargo é o atual presidente da Embratur, Gilson Machado.

Álvaro Antônio esteve no cargo por pouco mais de 1 ano e 11 meses, tendo ingressado no governo em 1º de janeiro de 2019.

Denúncia por candidaturas-laranja

Em 2019, o Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais denunciou Álvaro Antônio por crimes envolvendo candidaturas-laranja do PSL em 2018. O indiciamento do ministro pela Polícia Federal ocorreu devido ao crime eleitoral de omissão na prestação de contas, e também em razão do crime de associação criminosa.

Pela investigação, o partido inscreveu candidatas sem a intenção de que elas fossem, de fato, eleitas. Isso porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que pelo menos 30% dos recursos do fundo eleitoral devem ser destinados a candidaturas femininas.

Marcelo Álvaro Antônio é citado em depoimentos na investigação sobre o uso de candidaturas de mulheres na eleição de 2018 para desvio da verba eleitoral no estado.

Segundo inquérito da PF, ele “era e ainda é o ‘dono’ do PSL mineiro”. À época dos crimes apontados, Marcelo era o presidente estadual do PSL, partido do presidente da República, Jair Bolsonaro.

No indiciamento, a PF afirma que o então presidente do PSL em Minas “possuía o total domínio do fato, controle pleno da situação, com poder de decidir a continuidade ou interrupção do repasse de recursos do fundo partidário”.

Desde o início da investigações, Álvaro Antônio nega as acusações.

Trocas no governo

Com a demissão de Álvaro Antônio, esta passa a ser a 15ª troca no primeiro escalão do governo Bolsonaro. Relembre abaixo:

18 de fevereiro de 2019 – Secretaria-Geral da Presidência: Gustavo Bebianno é substituído por Floriano Peixoto Vieira Neto;
8 de abril de 2019 – Educação: Ricardo Vélez Rodríguez é substituído por Abraham Weintraub;
13 de junho de 2019 – Secretaria de Governo: Carlos Alberto dos Santos Cruz é substituído por Luiz Eduardo Ramos;
21 de junho de 2019 – Secretaria-Geral da Presidência: Floriano Peixoto Vieira Neto é substituído por Jorge Antonio Oliveira;
6 de fevereiro de 2020 – Desenvolvimento Regional: Gustavo Canuto é substituído por Rogério Marinho;
13 de fevereiro de 2020 – Casa Civil:Onyx Lorenzoni é substituído por Walter Braga Netto;
13 de fevereiro de 2020 – Cidadania:Osmar Terra é substituído por Onyx Lorenzoni;
16 de abril de 2020 – Saúde: Luiz Henrique Mandetta é substituído por Nelson Teich;
24 de abril de 2020 – Justiça e Segurança Pública: Sergio Moro é substituído por André Luiz Mendonça;
28 de abril de 2020 – Advocacia-Geral da União: André Luiz Mendonça é substituído por José Levi Mello do Amaral Junior;
15 de maio de 2020 – Saúde: Nelson Teich é substituído por Eduardo Pazuello;
16 de junho de 2020 – Comunicações:Bolsonaro recria pasta, desmembrada do MCTIC. Fabio Faria é nomeado para o cargo;
18 de junho de 2020 – Educação:Abraham Weintraub é substituído por Carlos Alberto Decotelli;
30 de junho de 2020 – Educação:Decotelli é substituído por Milton Ribeiro.