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Jornalistas são condenadas a 2 anos de prisão em Belarus por filmar protestos

Profissionais cobriram a violenta repressão a manifestantes contra o ditador Lukashenko

Por G1 18/02/2021 10h10 - Atualizado em 18/02/2021 10h10
Jornalistas são condenadas a 2 anos de prisão em Belarus por filmar protestos
Jornalistas são condenadas a dois anos de prisão em Belarus por filmarem protestos contra Lukashenko - Foto: Reprodução/Internet

Duas jornalistas foram condenadas nesta quinta-feira (18) a dois anos de prisão pela cobertura dos protestos de 2020 contra o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, informou o canal Belsat.

Daria Shultsova e Katerina Bakhvalova, ambas bielorrussas e correspondentes do Belsat, canal de televisão da oposição com sede na Polônia, foram detidas em 15 de novembro em um apartamento a partir do qual haviam filmado a violenta dispersão de uma manifestação em homenagem ao ativista Roman Bodarenko, assassinado poucos dias antes.

"Eu mostrei os fatos no ar e me colocaram na prisão por isso, inventando acusações", disse Bakhvalova na quarta-feira à noite, em sua última intervenção antes da deliberação do tribunal.

As duas jornalistas, de 23 e 27 anos, se declararam inocentes e se consideram vítimas da repressão que atingiu o movimento de protesto organizado após a polêmica reeleição do presidente Alexander Lukashenko em agosto de 2020.

A votação foi marcada por acusações de fraude, e milhares de pessoas tomaram as ruas da capital Minsk e de outras cidades exigindo mudança no regime. Houve violência, repressão e prisões.

Reações contra a prisão de jornalistas

A Associação Bielorrussa de Jornalistas disse que a condenação representa um "banimento da profissão". Há outros profissionais presos em Belarus pela cobertura contra Lukashenko.

"Consideramos a pena motivada por política e que tem como objetivo amedrontar todos os jornalistas e evitar que eles cumpram com seu dever profissional de cobrir fatos socialmente importantes no país", afirmou a associação, em nota.
A Embaixada dos EUA em Belarus também criticou a condenação das jornalistas. Em comunicado, a representação americana pediu a soltura das profissionais e pediu que o governo bielorrusso pare de processar jornalistas.