Educação

Reitor fala de situação crítica da UFAL e de novos cortes no orçamento

O orçamento de 2021 ainda passará pela sanção do presidente da República, mas a universidade já começa a sentir os prejuízos

Por João Arthur Sampaio 07/04/2021 14h02 - Atualizado em 07/04/2021 14h02
Reitor fala de situação crítica da UFAL e de novos cortes no orçamento
Professor Josealdo Tonholo - Foto: Divulgação

“O impacto já está posto e, se [o orçamento] for aprovado dessa forma, sabemos que o prejuízo vai ser muito grande”. Essas foram as palavras do reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o professor Josealdo Tonholo, para descrever a atual situação da instituição frente ao corte no repasse federal de, até então, R$ 42 milhões em relação ao ano anterior. O número ainda pode variar até ser sancionado.

Durante sessão do Congresso Nacional no dia 25 de março, o Senado referendou a votação ocorrida na Câmara dos Deputados e aprovou o projeto de lei do Orçamento da União para 2021. Porém, ainda falta a sanção do presidente da República. Esse PL deveria ter sido aprovado em dezembro do ano passado, mas, segundo informações da Agência Brasil, por conta de um impasse político na instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e a pandemia de covid-19 o trabalho foi afetado.

Entretanto, independentemente de qual vai ser o orçamento, o reitor explicou que a Ufal já está em uma situação crítica em relação aos pagamentos das bolsas de estudos e dos terceirizados, como serviços de água, luz, internet, correios, combustível, etc.

“A gente simplesmente não tem financeiro para pagar. Dessa vez, a parcela que está sendo repassada é 1/18 do orçamento de capital e de custeio, só que eles estão repassando 1/18 do montante que não está sob supervisão. A gente já tem o orçamento que vai ser cotado, só que desse, tem uma parcela significativa, praticamente a metade, está sob supervisão, ou seja, está contingenciado”, detalhou.

O professor Tonholo avaliou que, por um lado, a universidade já está com as contas cotadas, com a possibilidade de corte de alguns serviços, por outro, os estudantes, cuja maioria é de família de baixa renda (vivem com menos de um salário mínimo por mês), estão precisando das bolsas de pesquisa para continuar desenvolvendo as atividades na Ufal, seja presencial ou não, uma vez que, os da área de saúde por exemplo, não estão “de casa” e não contam com esse auxílio.

“O ministério da Economia já editou um decreto no dia 30 de março prevendo o orçamento de março e de abril, ou seja, nós não temos expectativa de ter nenhum tipo de recurso para esse mês no orçamento, provavelmente vai ser ainda esse que ainda tinha contingenciado. Não temos como prever até quando conseguiremos manter as atividades. Não adianta dizer ‘só tem dinheiro até setembro’. Não é assim que funciona, não recebemos o dinheiro de uma vez só, é conta gotas, mês a mês”.

O reitor ainda contou que o conselho universitário já está notando evasão dos estudantes nas matrículas. “Temos que tomar muito cuidado, pois isso pode significar a desistência de fazer um curso superior”, lamentou.