Economia

Volume total do novo Auxílio Emergencial não chega a 14% do empenhado em 2020

Em Alagoas, benefício deve injetar aproximadamente R$ 750 milhões até o final de julho

Por Fecomércio Alagoas 10/04/2021 11h11
Volume total do novo Auxílio Emergencial não chega a 14% do empenhado em 2020
Novo auxílio emergencial - Foto: Reprodução

A primeira parcela do Auxílio Emergencial 2021 aos beneficiários nascidos em fevereiro e que não fazem parte do Bolsa Família está sendo paga pela Caixa Econômica Federal (CEF) nesta sexta-feira (09/04). Na análise do Instituto Fecomércio AL, a nova etapa do auxílio deve injetar um volume superior a R$ 188 milhões mensais, totalizando aproximadamente R$ 750 milhões até o final de julho, beneficiando mais de 700 mil pessoas com condições sociais mais vulneráveis.

O assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, ressalta que, quando comparado à versão 2020, o novo auxílio é menor em todos os sentidos: volume, parcelas e cobertura. “O orçamento da renovação do Auxílio Emergencial para 2021 vem consideravelmente mais enxuto do que o ano passado. Em termos percentuais, o novo volume de recursos não chega a 14% dos R$ 322 bilhões empenhados em 2020, totalizando, em termos absolutos R$ 44,86 bilhões, destinados apenas a 40 milhões de brasileiros, quase metade dos 68 milhões atendidos no ano passado”, destaca.

Isto porque a nova roupagem do programa disponibiliza quatro parcelas mensais de R$ 150 para famílias de uma pessoa só, R$ 250 para famílias de duas ou mais pessoas e R$ 375 para mães chefes de família monoparental; faixas bem diferentes das estabelecidas quando o benefício foi lançado: R$ 600, entre os meses de abril e agosto de 2020; e de R$ 300, quando foi estendido até dezembro.

Apesar da redução significativa, haverá impacto positivo. “Não com a proporção e potência do auxílio anterior, mas deve seguir o que aconteceu no ano passado, sendo a maior parte utilizada para a aquisição de bens no varejo”, observa. De acordo com o economista, dos R$ 5,5 bilhões de reais recebidos por mais de 1,2 milhões de pessoas na forma de auxílio, em Alagoas, no ano de 2020, quase R$ 2 bilhões foram materializados em compras de bens no varejo, movimentando e injetando liquidez na economia alagoana num momento de paralisia parcial das atividades econômicas.

Em 2020, o auxílio beneficiou 338.035 pessoas em Maceió, injetando pouco mais de R$ 1,5 bilhão na economia; 88.887 pessoas em Arapiraca, movimentando mais de R$ 395 milhões; 34.514 pessoas em Rio Largo, fazendo circular R$ 163 milhões; 28.518 pessoas em Palmeira dos Índios, girando mais de 124 milhões; e 25.834 pessoas em União dos Palmares, movimentando pouco mais de R$ 122 milhões. Somando os demais municípios alagoanos, foram 717.401 beneficiários e 3,14 bilhões. No total, a renda emergencial injetou mais de R$ 5,4 bilhões em todo Estado, alcançando mais de 1,23 milhões de pessoas.

Contexto

O Auxílio Emergencial é um benefício Federal criado pela Lei 13.982/2020, o qual prevê a transferência de renda em cotas mensais destinadas a trabalhadores informais, desempregados, beneficiários do Bolsa Família e microempreendedores individuais (MEI). Inicialmente, o valor estabelecido foi de R$ 600, pago entre os meses de abril e agosto de 2020, depois o benefício foi estendido até dezembro com parcelas reduzidas, no valor de R$ 300.

Durante o período de vigência, o benefício injetou mais de R$ 322 bilhões, contemplando mais de 68 milhões de brasileiros. “Sem dúvida, o Auxílio Emergencial foi um importante mecanismo de manutenção e alavancagem da atividade econômica durante a primeira onda da pandemia de Covid-19, potencializando o consumo e, consequentemente, mitigando os prejuízos em termos tanto sociais como econômicos”, avalia Victor.

Segundo a pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em abril de 2021, 35,4% dos recursos disponibilizados pelo auxílio chegaram ao comércio varejista, analisando em termos absolutos, a cada R$ 1 bilhão oriundos do Auxílio Emergencial, R$ 354 milhões foram utilizados para adquirir bens de consumos. O outro montante foi destinado para o pagamento de serviços, pagamento de dívidas ou ainda poupado, como forma de precaução durante esse período adverso.